A indústria da moda é uma das áreas com maior faturamento no mundo, movimentando mais de 2 trilhões de dólares ao ano. Além disto, é uma das poucas indústrias que envolve toda a cadeia de produção, incluindo a criação e pós-produção. Todo esse alcance está ligado principalmente ao alto nível de consumo, desencadeador de sérios problemas ambientais e de sustentabilidade, o que tem chamado a atenção de toda a comunidade internacional.
Ciente da situação, e em alinhamento com as novas medidas de ESG que vêm sendo adotadas pelas empresas, a indústria internacional da moda tem buscado adotar medidas para tornar o setor, em todas as suas áreas, mais sustentável.
Um importante documento que incentiva a busca da sustentabilidade é o Pacto Global da ONU, promovido nos anos 2000, que busca incentivar as empresas a aderirem, em suas operações, os dez princípios, nas áreas de Direitos Humanos, Trabalho, Meio Ambiente e Anticorrupção, e, ainda, a responsabilidade de contribuir para o alcance, até 2030, dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), dentre os quais inclui o Objetivo 12 – Assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis.
Além do Pacto Global da ONU, outras iniciativas mundiais, diretamente do setor, vêm sendo criadas, como o Fashion Pact, projeto encabeçado pelo presidente francês Emmanuel Macron e o CEO do Grupo Kering, François-Henri Pinault, que reuniu 32 empresas líderes da indústria da moda, como Adidas, Burberry, Chanel, Nike, Puma e Prada, para pensar estratégias para reduzir o impacto da indústria no meio ambiente, e o Fashion Task Force, um braço do projeto Sustainable Markets Initiative, criado pelo Rei Charles III com o objetivo de unir setores privados em torno de comissões de trabalho focadas na transição ecológica, que tem como seus membros marcas como Chloé, Stella McCartney, Prada e Burberry.
O Brasil não fica atrás nesta iniciativa, tendo grandes empresas aderido ao Pacto da ONU, como Reserva, Arezzo & Co., Aramis e Urban Performance. No final de 2023, a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT), lançou o guia “Moda e Clima: um guia para medição e inventário de Gases de Efeito Estufa”, destinado a orientar os primeiros passos para a redução das emissões de gases de efeito estufa na moda.
Importante ressaltar que o mercado, assim como as diretrizes do ESG não dizem respeito apenas aos aspectos ambientais, mas também sociais e econômicos. Assim, a criação de uma indústria mais sustentável, é uma crescente universal, que vem sendo cobrada pelo próprio mercado. Marcas certificadas vêm tendo mais relevância, além de chamar atenção de consumidores, que buscam cada vez mais empresas que se preocupam e buscam minimizar os impactos causados à sociedade pela sua atividade.
O Manucci Advogados está à disposição para atender as marcas e designers na adequação às diretrizes de ESG.