Assuntos ligados à sustentabilidade e à preservação do meio ambiente têm sido frequentes não só nos noticiários, mas também nas agendas corporativas de grandes instituições. Neste caminho, em 2005 surgiu uma sigla em inglês ESG – Environmental, Social and Governance (em português, Ambiental, Social e de Governança).
O termo faz parte de uma iniciativa liderada pela Organização das Nações Unidas (ONU) depois da divulgação do relatório “Who Cares Wins”, traduzindo, “Ganha quem se importa” em que preconiza diretrizes e recomendações sobre como incluir questões ambientais, sociais e de governança na gestão de ativos, serviços de corretagem de títulos e pesquisas relacionadas ao tema.
Tais preocupações ligam as atividades dos executivos às práticas éticas, sociais e de investimentos relacionadas a estes assuntos levando em consideração o mundo dos investimentos.
O dia a dia das empresas, há alguns anos, está se modificando e os gestores passaram a mudar comportamento e aplicar protocolos ligados à redução de resíduos e emissão de poluentes, bem como à redução do uso de insumos relacionados ao desperdício, principalmente de papel.
Atitudes como estas impactam diretamente na imagem institucional da marca e as posicionam como parceiros dos seus clientes que, por sua vez, buscam empresas que possuem uma atitude de respeito com o meio ambiente.
Uma pesquisa realizada pelo IBGE em 2020 mostra que, dentre as empresas brasileiras que têm iniciativas neste sentido, 59,4% apontaram a necessidade de melhorar a reputação como principal fator e 54,3% elencaram a necessidade de adequação aos códigos de boas práticas ambientais.
O que significa o termo ESG?
Adotar o ESG como via de regra significa uma mudança na rota das empresas, ou seja, repensar o modelo de investimento que leva em conta os critérios de sustentabilidade.
O ESG (Environmental, Social and Governance), em português, Ambiental, Social e de Governança, está ligado a alguns comportamentos que existiam antes e que não são mais aceitos e as companhias precisam mostrar, cada vez mais, que são sustentáveis – ecológica, social e economicamente.
Ele foi criado como uma métrica para avaliar o desempenho das empresas nessa nova conjuntura e que vai ao encontro dos interesses dos consumidores que buscam por produtos e/ou empresas que possuem consciência e responsabilidade social.
Para exemplificar, é possível dividir a sigla em três: a letra E traduz as práticas de uma empresa em relação à conservação do meio ambiente e sua posição sobre temas relacionados ao aquecimento global e emissão de carbono, poluição do ar e da água, desmatamento, biodiversidade, gestão de resíduos, entre outros.
Já a segunda letra, S, diz respeito à parte social, e engloba o potencial humano que faz parte do universo, ou seja, a satisfação dos clientes, proteção de dados e privacidade, diversidade da equipe, engajamento dos funcionários, relacionamento com a comunidade e respeito aos direitos humanos e às leis trabalhistas.
A última e não menos importante, a letra G – governance, em inglês, ou governança, em português. Sua atuação está ligada à administração da empresa e compõe o Conselho, estrutura do comitê de auditoria, conduta corporativa, remuneração dos executivos, canal de ouvidoria em funcionamento, relação com entidades governamentais e políticas.
O que é uma empresa ESG?
A empresa que adota a postura ESG em sua prática cotidiana possui métricas para medir a atitude ambiental, social e de gestão. Além disso, ESG pode ser utilizado para investimentos com critérios de sustentabilidade.
Atualmente, as empresas têm se aliado às questões de construir um mundo sustentável aos resultados financeiros. De modo geral, as empresas que adotam práticas de governança estão adequadas aos principais fatores que ajudam no balanço e no saldo positivo de cada fundo financeiro.
O ESG, portanto, serve para dizer quanto um negócio busca formas de minimizar os impactos do seu segmento no meio ambiente, construindo um mundo mais justo e expondo a sua responsabilidade social perante a população.
O termo pode ser utilizado também para atrair investidores, uma vez que eles observam fatores ambientais, sociais e aspectos de responsabilidade com o meio ambiente e com o planeta pela empresa.
O que é ESG Sustentabilidade?
O ESG Sustentabilidade tem mudado o cenário de investimentos no Brasil. Cada um dos fatores ESG é usado por investidores, analistas financeiros e fundos de investimento para escolher as empresas que vão receber seu dinheiro, levando em conta a conduta socioambiental e de responsabilidade corporativa.
Cada vez mais, os investidores têm observado as práticas empresariais e optado por depositar seus recursos em empresas que contribuem, de certa forma, para a manutenção dos recursos naturais do nosso planeta.
Por meio de métricas, os critérios ESG ajudam os investidores a obter mais informações sobre o posicionamento da empresa e os ajudam a compreender o relacionamento da empresa com os clientes, bem como com o mundo e sua dependência dos recursos naturais. Assim, fica mais fácil para os investidores reconhecerem onde estão alocando seu potencial financeiro.
Companhias com boa governança são mais confiáveis e menos propensas a ceder para corrupção ou coerção. Em 1999, foi criado o Índice Dow Jones Sustentabilidade, dedicado a mapear as empresas que adotam práticas sustentáveis.
Daí por diante, várias bolsas ao redor do mundo criaram seus próprios índices inspirados no padrão ESG, inclusive o Brasil, com seu Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da B3.
O que é ESG Investimentos?
O ESG Investimento são os fundos dos investidores aplicados em determinada empresa.
Apesar de ser um termo relativamente já utilizado mundo afora, no Brasil os fundos ESG têm ganhado força, principalmente com a pandemia imposta pelo Novo Coronavírus e a situação atual do mercado.
Dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) publicados na revista Exame mostram que os fundos ESG nacionais totalizavam R$ 543 milhões no fim do semestre, o que representa 0,12% do patrimônio dos fundos de ações brasileiros.
Os fundos ESG são uma boa alternativa para investir com foco em estratégias de longo prazo e diversificar a carteira de investimento. Entretanto, os investidores precisam estar atentos a alguns critérios para não correr riscos e apostar os recursos financeiros em empresas que não aplicam o ESG adequadamente.
Alguns passos são importantes nesta etapa:
- Escolha uma corretora: Antes de se comprometer com um fundo específico, o investidor precisa pesquisar bem a corretora de valores que está oferecendo o produto.
- Avalie as opções de investimento: comparar possibilidades de aplicação em mais de uma empresa no mercado e projetar os ganhos em cada uma das opções.
Como uma via de mão dupla, as empresas que têm uma estrutura operacional adequada aos critérios ESG possuem possibilidade de grandes lucros, assim como estão bem posicionadas para manter o ritmo de lucratividade por um longo período.
O planejamento financeiro deve ser a premissa para uma boa relação com os critérios ESG para quem quer acertar o investimento, basta um controle detalhado de todas as receitas e despesas no orçamento, enxergar e organizar os eventuais desperdícios e prever a reserva de capital e parte do lucro.
O quê é ESG Mercado Financeiro?
A prática do ESG no mercado financeiro é um assunto novo, principalmente no Brasil, e passou a ser colocado em prática apenas quando os executivos passaram a enxergar a necessidade de medidas socioambientais e de responsabilidade social para promover a visibilidade de suas marcas.
No mercado financeiro, além de adotar medidas de responsabilidade com o meio ambiente, o ESG passa a fazer parte da análise de risco de crédito entre os bancos. A adoção do ESG traz impactos positivos na empresa, como vantagens competitivas, maior visibilidade, melhora na reputação e maior lucratividade.
A grande questão é que a sigla ESG tem conquistado espaço no radar do mercado financeiro e impactado o modo como os consumidores enxergam a postura da corporação, sua função social e, além disso, o papel do setor privado na solução de desafios como a fome, a pobreza e as agressões ao meio ambiente. .
Quais são os critérios ESG?
Alguns critérios norteiam as diretrizes da ESG e servem como vitrine para os investidores. Entre eles, os valores éticos da empresa no que tange à relação com os clientes e sua oferta de produtos.
As práticas ambientais, sociais e de governança que têm como premissa o investimento em ações que cuidam do meio ambiente e preservam os recursos naturais do planeta. Esse olhar tem chamado a atenção, tanto da população ao consumir determinado produto da empresa, quanto dos investidores que analisam a postura da empresa para aplicação dos fundos.
Em 1999, foi criado o Índice Dow Jones de Sustentabilidade, o primeiro índice global dedicado a medir a postura das empresas que se responsabilizavam socialmente pelas causas do planeta.
Este critério, por sua vez, está ligado não somente às questões ambientais, mas àquelas que valorizam o potencial humano de cada negócio buscando o ganho financeiro e estabelecendo uma gestão de riscos.
A empresa que adota os termos ESG se mostra uma organização com visão holística e que prega o respeito no seu sentido mais amplo, promovendo a diversidade e entendendo o seu papel social na busca pela eficiência no uso de recursos, inclusive os naturais.
Depois disso, diversas bolsas de valores passaram a criar seus próprios índices de sustentabilidade, tornando-se um dos pilares dos critérios do ESG. Outro ponto de destaque neste termo são os princípios para o investimento responsável, grande marco no estabelecimento do ESG.
O PRI, sigla em inglês, é uma iniciativa da ONU e investidores institucionais que tem a missão de popularizar os investimentos responsáveis no mundo e já conta com milhares de signatários.
Qual a importância do ESG no mundo atual?
A partir de quando a corporação se compromete com a transparência e a aplicação dos seus fundos de ação significa que ela tem responsabilidade social e se preocupa com a questão ambiental do planeta.
Ignorar o termo ESG tem trazido impacto negativo na rotina empresarial e gerado descontentamento dos clientes que, cada vez mais, exigem o compromisso real com o desenvolvimento sustentável antes de consumir produtos ou adquirir determinados bens.
Entender a importância do ESG e a complementaridade de cada pilar que o sustenta é a chave para criar negócios prósperos e atrair clientes com grande potencial de investimento gerando lucro, renda e maior visibilidade para o negócio.
Quais são as práticas de ESG que podem ser adotadas por uma empresa?
Na prática é possível aplicar políticas que adotam uma postura sustentável, que mitigam riscos ambientais por meio de ações de uso de energia renovável, gestão de resíduos, controle da poluição e emissão de CO2, gestão de recursos hídricos, entre outros.
Na governança o termo exige a aplicação de posturas relacionadas à liderança da empresa, remuneração executiva, processo de sucessão, ambiente de controle de riscos e compliance.
Os diferentes públicos de determinada corporação também podem ser contemplados com o termo ESG quando a empresa adota uma postura ética relacionada também à comunidade que vive no entorno da localização da empresa.
Na prática, são adotadas ações envolvendo a equipe e a comunidade no que tange à diversidade, direitos humanos e defesa do consumidor. Um exemplo dessas ações pode ser a aplicação de programas, como jovens aprendizes e outros que ressignificam a vida das pessoas e do planeta.
As empresas que adotarem tais medidas, irão alcançar uma marca corporativa mais forte, serão uma referência para toda a indústria e sociedade, irão melhorar a retenção e satisfação de talentos, serão mais atraentes para investidores e consequentemente aumentarão a receita e possibilitarão a redução de custos e identificação das oportunidades de negócios.
Quais são as vantagens do ESG para investidores?
O ESG, uma prática tão importante, tende a se consolidar cada vez mais na medida que a humanidade começa a se recuperar da pandemia imposta pelo Novo Coronavírus e busca esperanças para se reerguer da crise financeira.
Para os investidores não é diferente. Uma empresa socialmente responsável, comprometida com questões ambientais, fixa sua imagem na sociedade e, por sua vez, o investidor ganha com esta imagem quando a empresa passa a ser aceita pelos consumidores.
O cenário corporativo atual é uma combinação de lucro dos acionistas, responsabilidade pelo bem-estar dos funcionários e compromisso com o bem comum. Em resumo, as empresas precisam fazer o bem e estar bem.
A estimativa atual é que existam hoje US$ 12 trilhões em ativos geridos com metas de sustentabilidade nos Estados Unidos e, além disso, especialistas internacionais avaliam que, nos próximos 20 anos, esse valor cresça para US$ 20 trilhões.
Uma pesquisa realizada em 2017 mostrou que 75% das 100 maiores empresas do mundo estão implementando métodos sustentáveis – um aumento considerável em comparação aos meros 12% registrados em 1993. Não há dúvida de que os fatores ESG ganharam importância significativa na gestão das empresas.
Em alguns anos, corporações que não seguirem os critérios podem até ser penalizadas com uma desvalorização do mercado. Tão importante quanto os lucros, as práticas justas e socialmente responsáveis que respeitam o meio ambiente e o potencial humano são importantes para todos – colaboradores, parceiros, investidores, consumidores e o mundo.
Quais são as vantagens do ESG para as empresas?
Em 2017, uma pesquisa realizada nos Estados Unidos mostrou que 47% dos investidores tinham preocupações com o desempenho dos investimentos ESG. Se engana, portanto, quem acredita que as empresas que seguem os critérios ESG não têm foco no lucro, é uma via de mão dupla, é uma luta de ganha-ganha entre ambas as partes.
A atitude responsável gera nas empresas, como apontam os especialistas, menos riscos em suas operações, menos processos administrativos, trabalhistas, menos problemas de governança ou com normas ambientais, já que os valores ESG representam o futuro da economia – possivelmente, da economia circular.
Sendo assim, as companhias conseguem, além de reduzir os riscos e aumentar a rentabilidade, atrair potenciais investidores que enxergam nestas corporações uma possibilidade de rentabilidade.
Conclusão
As empresas têm se empenhado, cada vez mais, para adotar os critérios ESG, certos de que os benefícios são grandes, especialmente nesta época em que o mundo passa pela maior crise sanitária da história e que tem deixado empresas órfãs e sem capital de giro ou até levado algumas à falência.
O comportamento corporativo tem mudado ao longo dos anos e os gestores têm visto nos aspectos do ESG uma possibilidade de aliar os lucros à maior visibilidade perante a sociedade. Sendo assim, na disputa todos ganham quando o impacto desta postura está diretamente ligado à saúde do planeta e do meio ambiente.
As empresas estão adotando o investimento ESG, porque perceberam que o que é bom para as pessoas e para o planeta compensa desafios de curto prazo, em função do crescimento a longo prazo em metas e receita.
Para garantir todas as vantagens e conhecer mais sobre a importância do ESG, contacte profissionais que possuem expertise para atuar em conjunto com os investidores possibilitando a eles segurança e ética nas transações, como o Manucci Advogados.
