Quando, em 2006, O Conselho da Europa instituiu o Dia Internacional da Proteção de dados pessoais, o mundo era outro. O iphone ainda não tinha sido lançado, o acesso à internet ainda era muito menos difundido do que é hoje, e o Facebook havia há pouco sido criado. Apesar disso, a preocupação com a forma como empresas tratavam dados pessoais para terem mais ganhos já era evidentemente bastante presente.
De lá para cá, dois aspectos exponenciaram o impacto da questão no seu dia a dia. O primeiro deles decorre do aumento da interação pelo espaço virtual e da capacidade de processamento das big techs. Em 2018, ano em que a regulação de proteção de dados entrou em vigor na Europa, o volume de dados gerado em apenas 2 dias já era equivalente ao volume de dados gerado em toda a história da humanidade antes de 2003. A mudança de escala foi simplesmente brutal.
O segundo desses aspectos é particularmente interessante: não só o volume de dados gerados e processados cresceu absurdamente, mas as novas tecnologias e modelos de negócios das big techs os colocaram a um click de distância de qualquer outra pessoa ou negócio.
É inegável, nesse contexto, que a maneira como interagimos, como compramos e como vendemos se modificou radicalmente, e essa tendência irá se consolidar ainda mais. Se você ainda não se atentou para o impacto direto que essa nova dinâmica tem para seu negócio, ou você está negligenciando um elemento importantíssimo de suas atividades ou não percebeu que poderia abrir novas oportunidades ao explorar as várias alternativas disponíveis para você.
Além disso, a padronização do tratamento da questão ao redor do globo é uma tendência igualmente impactante, que pode viabilizar ou inviabilizar a forma como empresas planejam sua abordagem a mercados internacionais. E a relevância aqui não fica adstrita a empresas globais (como a Meta, por exemplo, que está diante de processos no âmbito da União Europeia que podem inviabilizar seu modelo de negócio atual na região) – essa padronização pode permitir, por exemplo, que empresas brasileiras tenham facilidade para serem contratadas por empresas europeias para as mais diversas atividades.
É importante se conscientizar, por fim, que a dinâmica da privacidade de dados pessoais está presente no cotidiano das empresas de forma muito mais abrangente do que na sua eventual estratégia de mercado ou de vendas. Ela impacta, por exemplo, a forma como a empresa se relaciona com seus colaboradores e fornecedores. Cada vez mais processos de contratação de fornecedores estarão recheados de questionamentos sobre mecanismos de proteção de dados e processos de Due Diligence em operações de M&A estarão repletos de diligências nesse sentido, para citar alguns casos emblemáticos.
Você certamente irá se deparar com algum aspecto da Lei Geral de Proteção de Dados esse ano. O 28 de Janeiro, dia internacional da proteção de dados, é portanto o lembrete ideal para uma resolução de ano novo que talvez tenha ficado de fora da lista de prioridades da sua empresa.
Com amplo reconhecimento do mercado, o Manucci advogados conta com equipe qualificada e pronta para atender seus clientes tanto em demandas específicas quanto para um completo programa de consultoria e compliance com a Lei Geral de Proteção de Dados.